sábado, 10 de julho de 2010
Uma das poucas coisas que ainda me assusta (ou o desespero dos outros)
sábado, 3 de julho de 2010
Dois pra la, dois pra ca
sexta-feira, 2 de julho de 2010
We're not enemies, we just disagree (ou por que eu amo tanto The Strokes)
Quem me conhece de verdade – porque tem muita gente que acha que nos conhece mas nao sabe porra nenhuma a nosso respeito, somente aquilo inferido por presuncoes – sabe que musica eh se não a mais mas uma das coisas mais importantes na minha vida. Ela diz muito sobre quem eu fui, sou e ainda me tornarei. Não sigo tendências, tenho pavor de modinhas – quaisquer que sejam – e, admito, um certo preconceito com certas pessoas que gostam das mesmas coisas que eu – principalmente aquelas que cospem conhecimento musical com propriedade sem ao menos saber do que estao falando. Whatever. Musica define. Nos leva a lugares e épocas as quais jamais imaginaríamos poder viver. Traz alegria genuína e nos acompanha em quase todos momentos. E todos sabemos que vida sem trilha sonora não tem graça alguma.
A musica me foi apresentada quando muito jovem. E agradeço todos os dias ao meu querido e grande pai por tal feito. Tive sorte, agora entendo. Sei que se não fosse por meu pai, eu teria descoberto todas essas obras de arte maravilhosas que tenho escutado há quase três décadas de vida por minha conta mesmo. Mas o primeiro “empurrão” veio de berço mesmo. E desde o berço. Meu pai viveu nos anos 60. Foi adolescente na época em que Beatles, Rolling Stones e todas aquelas maravilhosas bandas do brit-rock disputavam o topo das paradas. Viveu a ditadura. Ouviu muita Tropicália, Chico e Mutantes. Um cara de sorte. Acompanhou tudo de perto. Sorte? Eh, nem tanto, porque todos sabemos o quão complicado viver naquela época era. Refiro-me ah sorte que ele teve de poder acompanhar essas artistas no auge de seus talentos e fazer parte dessa historia. Eu, infelizmente, sou mera espectadora. Conheço o que li, o que ouvi, o que vi na mídia e documentários. E tenho que acreditar no que me eh passado.
Meu pai eh meu herói, como não poderia deixar de ser. Qual pai daria pra filha o álbum branco dos Beatles de presente de 15 anos? Tem gente que debuta; outros vão pra Disney: eu ganhei o melhor presente de todos. Voltando ao inicio la, quando eu falava na minha intrínseca ligação com a musica, eh lugar-comum pra maioria dizer que os Beatles foram, são e sempre serão minha banda favorita. Acho praticamente impossível outra banda conseguir ocupar esse lugar no meu coraçãozinho. Posso me apaixonar e reapaixonar por bandas diariamente, mas são dos 4 rapazes de Liverpool o topo da lista. Forever. Digam o que quiserem, eles são sim a melhor banda do mundo. Respeito os 3% da população mundial que não curte o som dos caras, mas, digo e repito, não consigo entender. Deixa pra la, isso eh conversa pra outra hora.
Meu amor pelos Beatles ah parte, todo mundo tem uma segunda banda favorita. E a minha eh os Strokes. E explico o porque: devo a eles (o mundo todo na verdade deve) a incrível e insuperável volta do rock de raiz, de garagem ah boca-do-povo (e aos ouvidos). Depois de anos tendo que aguentar boy bands e pop groups/singers, eles surgiram do nada pra reacender a chama do que todos conhecem por Indie Rock (ou "roque" independente, como preferirem). Os Strokes abriram as portas pra todas essas outras bandas maravilhosas que surgiram depois deles e fizeram da primeira década do século 21 os anos da volta do rock ao topo. As pessoas voltaram a acreditar no poder de ouvir coisas boas de novo. E, por isso, eu serei eternamente grata ao Julian e sua trupe.
Tenho que confessar, como já disse la no inicio, que tudo que vira “modinha” me irrita profundamente. E todo mundo sabe que o tal do indie rock veio pra ficar. Os All stars opacos, cabelos bagunçados e roupinhas de brechó pelas ruas não me deixam mentir. Acho tudo muito bonitinho, mesmo. Mas cansativo. Aquela velha historia: tudo que eh demais... Mas não vou reclamar, prefiro mil clones do Julian Casablancas na rua do que do Justin Bieber, por exemplo. (no offenses!)
Eu lembro da minha felicidade quando, em 2001, chegou ah minha casa o primeiro cd dessa então nova e muito pouco conhecida banda chamada The Strokes. Eu tinha ouvido uma que outra musica na TV ou na radio, não lembro bem. So lembro que foi amor ah primeira ouvida (e vista, porque sempre gostei de rapazes “sujinhos”, If you know what I mean). Eu tinha 19 anos recém completos, segundo ano de curso de Letras, primeiro ano como English Teacher. Primeiro ano solteira depois de uma adolescência namorando. E um mundo novo pela frente pra conhecer e conquistar. E esses 5 rapazes nova-iorquinos foram testemunha disso tudo. Eye witnesses. Lembro ateh hoje quando eu ouvi o álbum de estréia “Is this it?” pela primeira vez. O encarte, as fotos, as letras, o som de garagem. O rock nas guitarras. A voz arrastada do Julian. Gamei.
Para aqueles que não entendem minha paixão pelos Strokes, digo e repito: o que eles fizeram em prol do rock no cenário musical não tem preço. Se não fossem eles, Britneys e Backstreet Boys seriam o que nos restaria. Eles trouxeram a esperança de volta. E muitos viúvos do rock renasceram das cinzas. Sem mencionar o fato de que eles são, pra mim, o que foram os Beatles pro meu pai: acompanhei desde os primeiros passos a construção de tão importante banda.
Ao contrario dos Beatles, que eu nunca vi ao vivo e nunca verei, eu já tive a abençoada oportunidade de ver meus xodós ao vivo. E, como não poderia deixar de ser, sai do espetáculo proferindo aquela clássica frase típica de quem viveu algo inenarravel: “Posso morrer agora!”. Passaram quase seis anos de tal fato e, thank God, ainda estou aqui. Pronta pra receber o quarto e próximo álbum dos Strokes de braços abertos e ouvidos apaixonados. E com um coração cheio de amor pra dar. Por toda vida.
Is this it?
Take it or leave it.