segunda-feira, 23 de novembro de 2009

Considerações pós Lua Nova




Todo mundo precisa de um pouco de opio de quando em vez. Panis et circenses. Um pouco de ilusao pra fugir da dureza que o mundo real geralmente nos impoe. Aquele corre-corre, empurra-empurra sem fim. E eh ai que entra a arte nas nossas vidas: aquela pocao magica que nos anestesia, conforta e distrai, mesmo que por tempo determinado, unfortunately.

No matter how controversial it might sound, eu nunca escondi de ninguem meu lado "mulherzinha", o que parece um tanto dificil de acreditar/aceitar pra quem acha que me conhece de verdade. Quem ve cara nao ve coracao, e por ai vai. Mas eu tenho essa lado sim. E, ultimamente, ele anda beeem aflorado, tanto que nao resisti e tive correr pro primeiro cinema e assistir ah alegoria ao amor que eh "Lua Nova". E descobri que, mesmo quase balzaquiana (sweet 27!!!), eu ainda nao perdi o dom de torcer pelo amor pueril e genuino dos filmes de adolescentes. E em meio a vampiros, lobos e jovens em crise existencial, eu me vejo um pouco em cada um deles. Suspiro, choro, grito, me indigno.

O problema de tudo isso eh a triste realidade que vem depois: no lado de cah, infelizmente, nao existem lobos sarados que nos resgatam do perigo iminente. A gente acaba atolando no brejo e tendo que voltar ah superficie com nossos proprios bracos. Nao existe beijo de reconciliacao na chuva. Muito menos vampiros palidos, porem extremamente charmosos, que nos juram amor eterno. E os humanos (os piores, sempre) nao renunciam de comodidades e privilegios em nome do amor.

No meu bosque nao tem lobos sem camisa pra me salvar do perigo. Nem uma familia mega bacana de vampiros que me acolhem como se eu fosse uma deles. Mas tambem nao tem os vampiros malvados (amem!). Nao tem passeios na garupa do vampiro gatao em meio a paisagens inospitas.

Sendo cruel a realidade ou nao, eu sei que carrego um pouco dessas criaturas fantasticas em mim. Sou orgulhosa como o lobo rejeitado. Mantenho a pose, nao desco do salto. Palida e por vezes simpatica como o vampiro protagonista. E as vezes doce e ingenua tambem. As vezes sinto-me perdida e isolada como a adolescente dividida entre um amor impossivel e o amigo "ateh que bonitinho" que oferece um ombro de consolo.

Humanos tem coracao. Isso que nos diferencia dos outros "seres" (dizem, pelo menos). E eh por isso que essas formulas prontas sempre dao certo. Nao existe criatura no mundo (com ou sem super poderes) que nao acredite no poder do amor e nao torca por ele. E eh por isso que adolescentes, adultos e velhos suspiram dentro do cinema. All we need is love. Alguem discorda?



Um comentário:

Unknown disse...

Ótimo comentário sobre a realidade "pós-filme"...
Tem uma frase que diz "Boys in books (or movies) are just better!"
:o)