A primeira impressão é a que fica, dizem os entendidos. Na minha vida, pra variar, esse velho conceito, veio, como tantos outros, por água abaixo. Minhas maiores amizades e afetos sempre foram com pessoas que, ah primeira olhadela, não me agradaram muito não. Alunos também. Já cansei de ter aquela idéia “Bah, que mala!” ou ainda “Meu Deus, que pessoa chata!” e depois ver essas mesmíssimas pessoas entrando pro meu clube de favoritos. Incrível. Mas no fim das contas, não interessa qual a impressão que fique: a 1ª, a 2ª, ou a ultima, será essa que guardaremos pra sempre. Baseada nos nossos parâmetros. Of course. Porque o que é bom (ou ruim) pra um não será para um outro e vice-versa. E salve as diversidades!
Hoje, em meio a dilemas de “fazer o raio do mestrado ou não”, eu lembrei de uma das melhores professoras que eu tive na faculdade, a Ana Cristina. E ela tinha a faca e o queijo na mão pra carregar uma 1ª impressão super errada sobre mim. Só que ela, esperta como é, sabia bem que quem vê cara, não vê coração.
A Ana sempre teve fama de ser rédea curta. Ou entra no jogo dela, ou não brinca. E eu, bem, nunca tive “medo” de professor algum porque sempre fui adepta ah teoria de que quem sabe o que faz (e faz bem feito) não tem o que temer. Quem não deve não teme. Dito e feito: dessa união, saiu uma bela parceria.
O mais curioso nisso tudo, voltando às falsas 1as impressões do inicio lá, eh que, a primeira cadeira que eu fiz com ela era justamente numa sexta-feira pela manha, um convite pra eu chegar de ressaca sempre, jah que na quinta ah noite o jah falecido Expresso 356 sempre tinha festas imperdíveis. E vai explicar pruma guria de 21 anos que quando se estuda de manha eh melhor ir dormir cedo na noite anterior. Bom, não adiantaria. E com 27, essa mesma “guria” continua abdicando do sono em nome de cerveja. Em menor escala obviamente, porque a gente eh sem noção mas tem limite.
Back to my point, lah fui eu, agosto de 2003, após uma noite mal e pouco dormida, o mundo girando ao meu redor e fui ao encontro do meu “carrasco”. Porque todo mundo já tinha me dito que “com a Ana tem que andar na linha”. “Ta achando que vai ser fácil, não vai não”. Enfim, aqueles papos de corredor de faculdade que tem em qualquer curso e qualquer instituição de ensino.
Sem mais delongas, naquela bela manha de sexta-feira, minha cara e minha atitude diziam tudo: “DO NOT DISTURB”. E, não surpreendentemente, a Ana memorizou meu nome já na 1ª aula. Mágica? Boa memória? Obvio que não. Com aquela cara que eu tava, não seria difícil “marcar” meu rosto, nem meu nome. E que bela primeira impressão que ela teve de mim! (eu, queimando meu filme, sim, infelizmente).
Como o tempo se encarrega de mostrar quem eh quem, eu, humildemente, com meu amor e talento nato pro Inglês (perdoem-me pela falsa modéstia agora, please!) acabei conquistando a professora. Ate hoje eu sei que ela pensa em mim. (e ela é coincidentemente vizinha da minha tia). E sei também que ela se entristece por eu ter largado a vida acadêmica pelo mundo. Eu tinha 22 anos quando peguei o diploma. Segui meu instinto, não contrariei minhas vontades. Ganhei e perdi. E agora, por toda credibilidade que ela sempre depositou em mim, é que eu realmente reconsidero as minhas escolhas. E nunca é tarde pra recuperar o tempo “perdido”. Eu devo isso a ela. Que sempre acreditou no meu potencial. Com ressaca ou de mau humor. E sem falsas primeiras impressões. Valeu, Ana!
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