domingo, 1 de agosto de 2010

All that you can't leave behind


Sair da rotina eh sempre bom: nao importa por quanto tempo, nem porque. O que realmente importa eh aventurar-se pelo mundo e mudar a ordem das coisas. Nada daquele acorda, trabalha, come, pensa, corre, trabalha, come, dorme. Nao. Nada disso. Relogio fica em casa, nem vai na mala. Celular, muito menos. Ferias.

5, 10, 30 dias, que seja. Feria sao sempre ferias. Melhor ainda se desfrutadas ao lado de pessoas especiais em um lugar bacana. Pessoas: eh sobre elas mesmo que eu quero falar. Quem me conhece sabe que eu sou 8 ou 80: as vezes muito comunicativa; noutras, quieta; noutras tantas, meio autista ateh. A verdade eh que eu nasci pra conviver e trabalhar com pessoas. Mas elas me cansam. Muito. Por isso que, de quando em vez, eu preciso desse meu silencio, que, muitas vezes eh mal compreendido pelos outros. Whatever. Fato eh que, ultimamente, boa parte de mim tem ficado cada vez mais individualista, talvez ateh egoista - don't take me wrong, please. Aprendi a viver muito bem comigo mesma - SOH comigo - que convivencia me deixa, em alguns momentos, nervosa, estressada, braba. Triste ou nao, isso aconteceu comigo.

Passar 10 dias em Buenos Aires rodeada de (minha) gente poderia me dar ataques de panico ate. Mas nao, nao deu. Nao deu porque, gracas ao meu bom Deus e as pessoas que escolhi pra fazerem parte da minha vida, nenhum homem eh uma ilha, como jah disse uma vez John Donne. Nao adianta. Pessoas sao pessoas. Sao chatas, barulhentas, com muitos defeitos, mas, sim, precisamos delas. Precisamos porque nos completam, nos ajudam a crescer, a transformar pequenos momentos tolos em grandes e inesqueciveis. Sao de carne e osso, como eu. Erram, acertam, pedem desculpa (ou nao). Pessoas.

Como disse anteriormente, pessoas andavam me cansando. Como lido com elas 24-7, acabei ficando um pouco intolerante: com colegas de trabalho, com velhos amigos, com gente desconhecida. Acontece. Meu psicologo entende isso como um grande progresso na minha vida, depois de um ano arduo de terapia: estou finalmente vendo pessoas e a vida como elas realmente sao, e nao como eu queria que elas fossem. Talvez ele tenha razao. Soh sei que quem convive comigo, sabe ao que me refiro. Perdi aquela aparente paciencia e sorriso no rosto, as vezes forcados, confesso, e passei a falar verdades pra todos: ateh pros que nao mereciam. Minha maior qualidade e defeito sempre foram o mesmo: a sinceridade. Eu nao suporto falsidade, quero a verdade e atitudes contundentes sempre, tanto minhas como dos outros. Eh pedir demais? Nao sei. Soh sei que, com quase 30 anos, se eu nao puder escolher quem e o que eu quero na minha vida, prefiro nao viver entao. Drastica assim.

O bom dessas mini-ferias que tive foi o fato de eu ter percebido que, sim, estou certa em selecionar cada vez mais e ser verdadeira, autentica. Sempre fui assim. Felizmente, essa viagem me mostrou tambem que, por mais autista e durona que eu seja as vezes, por mais que eu suma da vidas pessoas, nao de noticias, nao trate minhas (verdadeiras) amizades como acho que deveria, pessoas (do bem e de bem) sempre me farao bem. E serao a diferenca naqueles dias em que o relogio eh tudo o que seguimos. Pode ser por 3 minutos no telefone, 15 no Messenger ou num longo papo regado ah cerveja, sem amigos nao viveria. E sao a essas pessoas que eu devo esse post.







“Nenhum homem é uma ilha isolada; cada homem é uma partícula do continente, uma parte da terra; se um torrão é arrastado para o mar, a Europa fica diminuída, como se fosse um promontório, como se fosse a casa dos teus amigos ou a tua própria; a morte de qualquer homem diminui-me, porque sou parte do genero humano. E por isso não perguntes por quem os sinos dobram; eles dobram por ti”.

John Donne