quinta-feira, 10 de setembro de 2009

What's in a name?

"Helena é nome de velha!". Tive que ouvir isso de um desconhecido numa festa qualquer e, believe it or not, o rapaz achava que dizendo uma coisa dessas iria me conquistar. Peças de pessoas.
"Helena é nome de guerreira". Essa sempre foi a frase mais empolgante de todas. "Helena de Tróia". Mulher de personalidade forte, decidida, independente, blablabla. Dividiu opiniões. Foi o motivo de uma guerra. Trouxe a desgraça prum povo todo.
"Professora Helena!" Isso nos remete à bela novela mexicana exibida e reexibida milhares de vezes pela emissora do homem do baú. Professora Helena do Carrossel era meiga, doce, compreensiva. (meu completo oposto).
Helenas de novela. Do Maneco. Vera Fischer (eca!), Regina Duarte (eca, eca!), Maitê Proença, Cristiane Torloni e agora a mais nova delas, a linda e jovem Thaís Araujo. A tradicional personagem global Helena: mulher forte, bem-sucedida mas que sempre sofre até comer o pão que o Diabo amassou! (adoro essa expressão bizarra!)
Eu amo meu nome. Como Romeu perguntaria à Julieta: "What's in a name?". Eu, humildemente, responderia, TUDO. Nosso nome pode não definir quem somos, mas pode, ao mesmo tempo, dizer muito sobre a gente.
Nome de velha, de guerreira, de professora, de personagem de novela. Helena. Até Machado de Assis eternizou meu nome em um de seus romances. Helena. Vem do Grego. Significa "tocha, luz". Helena. Guerreira.
Sofrendo ou não, sei que minha vida daria uma novela. E independente de qual das milhares de facetas de Helena que eu adotar, eu só quero que minha história tenha um final feliz. Helena. Nome de gente normal, só isso.

What's your teacher like?

Quase 10 anos de teaching experience. Quando olho pra trás, nem parece que foi há tanto tempo assim. E, ao mesmo tempo, tanta coisa boa aconteceu. Faculdade, diferentes empregos, centenas de alunos e suas incontáveis histórias, muitos amigos que se fizeram na sala de aula, uma viagem pra África e outra pra Europa, momentos de empolgação total e outros de extremo saco cheio. Se eu fosse retomar todos os fatos pra lá de inusitados que eu vivi numa sala de aula, certamente, daria pra escrever um livro. Ou talvez uma novela (até nome típico de personagem eu já tenho). Mas não, não tenho tal pretensão.
O fato que vou relatar dessa vez aconteceu há umas três semanas. Evento mega recente. E me fez parar pra refletir sobre a imagem que passamos pros nossos alunos. Numa bela manhã de sábado, estava eu explicando a diferença de sentido entre as frases "What does your teacher look like?" (aparência) e "What's your teacher like?" (aparência e personalidade). Como todo professor é meio egocêntrico e cara-de-pau também (artistas frustrados, talvez), pedi que meus alunos respondessem a fatídica pergunta. "What's your teacher like?" Dei a cara à tapa, literalmente.
A primeira e nada sutil resposta: "crazy". E depois disso vieram coisas do tipo "easy-going", "nice" até que surgiu um "TOO happy" pra me fazer cair os butiás do bolso. "TOO happy", assim mesmo. Não VERY happy, o que seria algo positivo. Mas TOO happy. O mesmo TOO que a gente usa pra falar de excesso e exagero. Terminada a tal lista de características da personalidade da teacher aqui que vos escreve, eu botei meu "inconsciente" pra funcionar.
Em primeiríssimo lugar, eu não sou "crazy". Eu posso ser empolgada, motivadora e meio nonsense, sometimes. Mas não, "crazy" não. E, certamente, não sou TOO happy. Sou um ser humano como qualquer outro: chora, reclama, se deprime e revolta. Daí, caiu a ficha. Algo que, pasmem, mesmo com quase 10 anos dando aula, eu nunca tinha percebido (e salve a terapia!): A Professora Helena nada mais é do que um dos diversos papéis que eu exerço na vida. Hold your horses!!!! Não tem nada de falso na minha aparente loucura e "felicidade exacerbada" quando dando aula. Mas eu sei que eu não sou assim. É só uma PARTE do que eu sou. Extremamente importante, actually. Mas tem muito mais sobre a Helena que meus alunos nem desconfiam. E é uma parte que eles também nem precisam ter acesso.
Teacher Helena is crazy, easy-going, nice and TOO happy. Que assim seja!

quarta-feira, 9 de setembro de 2009

Vocação


“Tem gente que não tem vocação pra ser solteiro, Helena.” Entre mesas de bar e muita conversa sobre o assunto, essa foi uma das frases que mais me marcou na vida. Ela foi proferida por um grande amigo de infância, o Diego. E ele, como um dos meus poucos ídolos, estava mais do que certo. Eu passei a vida inteira vendo amigos e pessoas ao meu redor pulando de um relacionamento pro outro sem nem se dar ao luxo aquele tempinho de luto, de reflexão, um “stand-by” pra “dar um tempo pra cabeça” e pro coração. Eu sempre pensei: “Como conseguem?” E continuo me perguntando, ateh hoje, como algumas pessoas conseguem ignorar o fato de que, quando um relacionamento acaba, a gente obrigatoriamente teria que parar, pensar e refletir sobre as coisas boas e ruins, para, então, poder “partir pra outra”. De coração limpo e mente aberta.

Eu acredito em purificação. Acho que a gente tem que ir ateh o fim, em todas as situações. Tentar das mais diversas formas fazer as coisas darem certo. Se, infelizmente, o que almejamos estah fora do nosso alcance, bem, daí já eh outra historia. Eu me admiro como as pessoas conseguem mentir pra si mesmas e fingir que estah tudo bem e engatar um namoro no outro. Tem gente que não consegue ficar sozinha. Eu, como nasci com vocação pra ser solteira (thank God!), não sou, nem pretendo ser assim. Eu gosto da fossa. De sentir toda dor, desfruta-la e aprender (ou não) com ela. Eu vou ateh o fundo do poço porque eu sei que eh la do fundo que eu vou buscar novas forcas e energias redobradas. Eu não tenho vergonha nenhuma em admitir isso: eu não preciso de muletas. Eu não acho que uma nova pessoa vah resolver os problemas dum velho relacionamento e me fazer sentir melhor. Eu prefiro ficar na minha, sozinha, na boa, sendo minha maior companheira.

Uma das poucas coisas que aprendi na vida eh que a gente veio ao mundo sozinho e vai embora dele da mesma forma. Pessoas juntam-se a gente e trilham caminhos paralelos, mas, na real, estamos sempre sozinhos. E, graças ao meu bom Deus, nos sempre seremos nosso maior porto seguro. Quando o barco tiver afundando, quando eu tiver vontade de chorar, gritar e xingar mundos e fundos, tem alguém que vai tah lah me esperando quando a tormenta passar: eu, euzinha, ninguém mais. Por isso que, independente do que acontecer daqui pra frente, eu soh me devo um favor: cuidar de mim.


"Quando nasci veio um anjo safado,

O chato dum querubim

E decretou que eu tava predestinado


a ser errado assim...


Já de saída a minha estrada entortou


Mas vou até o fim..."

terça-feira, 8 de setembro de 2009

Os Beatles e eu



Eu sei que nunca vou lembrar exatamente quando foi a primeira vez que eu os ouvi. Nem nas minhas mais remotas lembranças esse momento único aparece na minha mente. Mas eu sei que foi bem cedo, quando eu ainda era muito pequena. E tenho certeza de que foi amor à primeira ouvida. Aposto que quando eu ainda estava no útero da minha mãe, eu já estava me remexendo ao som de “Twist and Shout” e “Revolution”. E eu agradeço todos os dias da minha vida por ter nascido filha de um pai com tamanho bom gosto pra música e artes em geral. Mesmo sabendo que chega uma época em nossas vidas em que a influência da família em nossos gostos passa a diminuir, e que mesmo se eu não tivesse sido “tendenciada” pelo meu pai a ouvir rock and roll, eu tenho absoluta certeza de que teria achado esse caminho por conta própria. Foi tudo mais fácil, thank God! Minhas primeiras lembranças beatlemaníacas são, provavelmente, do tempo do jardim de infância. Enquanto as outras crianças escutavam Xuxa e liam gibis da Mônica, eu ficava dançando ao som de “She loves you” e “Help”. Enquanto as crianças assistiam a “Super Xuxa contra o Baixo Astral” eu obrigava meu pai a fazer uma cópia pirata do desenho Yellow Submarine. Eu lembro como se fosse ontem, nosso vídeo tinha um problema com o som e meu pai, tão paciente e pai como deveria ser, tentou gravar umas 20 vezes o filme até, finalmente, dar certo. Eu, sempre insistente e impaciente, não sosseguei enquanto não assisti à tal fita (agora minha) mais umas 15 vezes. E é muito engraçado pensar agora, 20 anos depois, que Yellow Submarine eh um desenho pra lá de licérgico e muito além do meu entendimento naquela época. Mas nada disso diminuiu meu gosto pelos fab four. Claro, eu fui uma criança normal, também assistia à Xuxa e lia Walt Disney, mas eles não chegaram a ter tamanha importância na minha vida.
Ouvir Beatles e gostar de Beatles é parte intrínseca da minha existência. Eu não consigo imaginar minha vida sem música, quem diria sem Beatles. Eu respeito toda forma de arte e gostos alheios, mas considero um sacrilégio não gostar de Beatles. Eu levo pro lado pessoal e me ofendo, sim! (tá, essa parte é brincadeira, mas que dá uma dor no coração, ah dá sim). Eu passei pela fase Madonna, Skid Row e até aquela que todo adolescente tem de passar, a da Legião Urbana. Renato Russo e todo seu talento que me perdoem, mas não é pra mim não. Muito chorei e tentei entender meus amores e dilemas adolescentes ao som das letras do Renato e sou muito grata a ele pelos anos de sofrimento e entendimento proporcionados. Os “The Beatles”, no entanto, me acompanharam e acompanham sempre. Aonde quer que eu vá. Seja no meu computador, no meu Ipod, na minha mente ou no meu coração, não tem momento da minha vida em que não possa ser aplicada uma musica dos meus queridos. Seja da fase “Love me do”, ah mais madura do “In my life” até a fase ácida – e minha favorita – de Strawberry Fields Forever e Don’t let me down, não tem música que eu não me identifique e não cante de cor e salteado.
Se a vida tivesse trilha sonora, a minha seria a discografia dos 4 rapazes de Liverpool. Sem sombra de dúvidas. Na minha formatura, em 2005, eles estavam lá presentes, onde eu peguei meu tão suado “canudo” ao som de In my life. Antes de ir pra Irlanda, me foi dedicada minha música tema “Blackbird”. Não faltaram lágrimas. “Let it be” sempre me conforta quando tenho problemas. Com “With a little help from my friends” eu muito superei obstáculos. “Hey Jude” já tirou muito peso dos meus ombros. “Don’t let me down” já muito me emocionou. “Something”, a minha favorita de todas (cometendo o sacrilégio de escolher uma só) ainda será dedicada a mim na voz de um grande amor. Tantas festas de rock e shows cover deles que eu fui. Across the Universe, filme maravilhoso que me leva as lágrimas hoje e sempre, apareceu na minha vida enquanto estava em Dublin e num momento bem crítico da vida.
Em abril de 2007 tive a chance e a sorte de realizar meu sonho e do meu pai numa tacada só: eu conheci Liverpool. Foram dois dias de pura magia e felicidade. Andar pelas ruas que eles andavam e ter a oportunidade de tomar uma Pint dentro do Cavern Club não tem preço. Escrever meu nome na parede do bar em que eles começaram a carreira e deixar minha marca lá pra sempre foi deveras emocionante. Se estado de êxtase pudesse ser definido e medido em palavras, eu posso afirmar: conhecer Liverpool resume todos esses sentimentos. Meu quarto é repleto de quadros deles também. E o mais engraçado disso tudo é que eu nunca fui do tipo de pessoa que aprecie idolatria e afins. Mas, tenho que admitir, todos temos um ponto fraco, e os Beatles são o meu. Eles, de certa maneira, definiram o rumo da minha vida. Eu escolhi dar aula de inglês e me apaixonei pela língua inglesa única e exclusivamente por causa deles. Meus outros gostos (pela literatura, cinema, amigos) também foram, de certa forma, definidos por esse gosto maior. Se o paraíso existe, e eu for pra lá quando eu morrer, eu só peço que, por toda eternidade, me seja dada a chance de levar os Beatles comigo. Eu nunca terei a oportunidade de vê-los tocar, o que me entristece demais. Ano que vem teremos Paul McCartney no Brasil, hopefully. Mesmo sendo o Beatle com o qual eu simpatize menos, estarei la, front row. Nem que tenha que penhorar minhas roupas e apartamento. Eu vou sim. E levarei no peito todo meu entusiasmo e amor pela música. E a certeza de que, enquanto eu tiver os Beatles comigo, eu nunca estarei sozinha. All you need is love, love is all you need. E o amor pode vir das mais diversas e variadas formas.

ps: descobri que não sei editar textos direito, sim, parafraseando os Bituls, "I'm a loser". ;)

O fim ilocutório

Março de 2000. Primeiro semestre da faculdade de Letras. 17 anos e muitos sonhos e desejos passando pelo corpo. Quinta-feira pela manhã, cadeira de Produção Textual I. "Vou me dar muito bem nessa matéria" - eu pensei. Sempre amei ler e escrever. Isso já era parte de mim, nada poderia dar errado. A professora, uma das mais maravilhosas e legais que tive ao longo do curso, foi, no entanto, a responsável por uma das primeiras frustrações que tive de passar na vida. Depois de produzido nosso primeiro texto, veio a agonia e a ansiedade na espera pela entrega da professora com seus comentários, críticas e elogios. Eu, ingenuamente pensando, acreditei que tinha escrito o "melhor texto de minha vida". "Vou tirar um 10 e bem redondo!" (como se nota fosse algo importante de verdade!). No dia da fatídica entrega, tudo mais ou menos como esperado: quase nenhum erro gramatical, boa seleção de vocabulário, mas, hmm, um comentário ao fim do texto: "MUITO BONITO, HELENA. MAS QUAL O FIM ILOCUTÓRIO????" "Fim ilocutório?", eu pensei. "Como assim, qual o fim ilocutório?!?" Ao meu ver, meu texto fazia muito sentido e não precisava de nenhuma mudança. Fim ilocutório, usando terminologia técnica agora, é, mais ou menos, o motivo pelo qual a gente está escrevendo, o propósito de termos escrito aquilo e não aquele outro. "Fim ilocutório!" Para mim, minhas razões para produzir tal texto eram óbvias. Surpreendi-me com o fato de que uma professora tão boa como aquela não conseguia perceber a intenção do meu humilde texto. Enfim, após a "reescrita", eu tive de deixar meu "fim ilocutório" bem claro e acabei tirando um "9,5" e nenhum sonho de boa aluna foi desfeito então. Passados quase 10 anos desse fato, eu fico pensando se tudo na vida tem que ter um "fim ilocutório". E se esse tal de fim ilocutório da vida fica claro pras outras pessoas tanto quanto fica claro pra gente. Regras literárias à parte, eu não acho que tudo na vida tenha que ter um propósito maior, uma grande motivação ou um bem-comum: as coisas às vezes simplesmente acontecem. E mesmo que nosso "fim ilocutório" esteja bem claro pra nós (todos temos nossos motivos pra agirmos de tal jeito ou de outro), para os outros, que não vivem no nosso cérebro e nosso coração, nossas atitudes podem parecer meio sem nexo e inadequadas. Para a minha professora, bastou eu acrescentar uma frasezinha no texto e o propósito ficou bem claro. 9,5. Na vida, infelizmente, não é assim que funciona. Nem sempre nos é dada a chance de mostrar nossas reais intenções e sentimentos. Uma frase a mais ou a menos poderia fazer toda a diferença nesses casos. E nem sempre uma frase pode resolver as situações mal resolvidas e nem sempre tudo o que, pra gente, está muito claro, pros outros está. Como evitar tais contratempos? Escolha o público alvo certo. A nossa vida será lida e interpretada por muita gente, mas, existirão alguns poucos que entenderão tudo numa simples troca de olhar ou até mesmo num momento de silêncio. O leitor. É esse que vai decidir se o fim ilocutório está bem claro ou não. E se ele for o leitor certo, ele nem vai se importar com o tal de fim, como era o nome mesmo?

domingo, 21 de dezembro de 2008

Letting go...

How do we really know when it is the end??? That very particular moment when everything changes into another something new???
We have to learn how to let go, sometimes...

sexta-feira, 19 de dezembro de 2008

Some people think they're always right
Others are quiet and uptight
Others they seem so very nice nice nice nice nice oh oh
Inside they might feel sad and wrong




I scare people off, sometimes!