Eu nunca vi problema nenhum em desistir das coisas. Deixá-las pra trás. “Tirar o time de campo”. Desfrutar o máximo de uma situação e depois não querer mais. Sair por cima. Sair com classe. Leave the boat before it sinks. “Leave the party while the music is still playing”, como me disse o grande Gavin, meu teacher na África do Sul, quando viu que eu tava desesperada porque não queria voltar pra minha terra, deixar um grande amor pra trás e voltar pro meu mundo real. Ele tava certo.
Tem gente que encara desistência como sinônimo de fraqueza. Discordo. Chutar baldes faz bem. Deixar as coisas que não nos servem mais na hora certa. Ou aquelas que não tem mais solução. Que não tem como funcionar. Melhor do que ver o barco afundar e não ter ao menos um colete salva-vidas por perto pra amenizar a situação.
E parece que a gente acaba desenvolvendo ao longo dos anos um tipo de “feeling” que nos possibilita reconhecer quando eh a hora certa de entrar num bote pra evitar bater num iceberg depois. Esperta a natureza!
Eu já prolonguei relacionamentos que não faziam mais sentido nenhum por medo. Medo de ficar sozinha, confesso. De me arrepender depois. De magoar o outro. Já enrolei em empregos que nada mais me acrescentavam em nome da tal “estabilidade”. Já tentei manter amizades que sabia que não valiam a pena.
Agora eu sei que desistir pode ser sempre bom. Tomar ou aceitar uma decisão eh sempre melhor do que não fazer nada. Ficar atônito. Vendo o Titanic indo pro saco. E morrer congelado. Com frio e com dor. E molhado.
Desistir. Rima com sorrir. Com prosseguir. Com partir.
E eu vou-me embora pra Pasárgada, lá sou amiga do Rei. (não o Roberto muito menos o Elvis, mas aquele que sabe quem eu sou e como eu sou).
Um comentário:
Costumo dizer que eu nunca desisto: Apenas mudo de rumo.
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