Eu sei que nunca vou lembrar exatamente quando foi a primeira vez que eu os ouvi. Nem nas minhas mais remotas lembranças esse momento único aparece na minha mente. Mas eu sei que foi bem cedo, quando eu ainda era muito pequena. E tenho certeza de que foi amor à primeira ouvida. Aposto que quando eu ainda estava no útero da minha mãe, eu já estava me remexendo ao som de “Twist and Shout” e “Revolution”. E eu agradeço todos os dias da minha vida por ter nascido filha de um pai com tamanho bom gosto pra música e artes em geral. Mesmo sabendo que chega uma época em nossas vidas em que a influência da família em nossos gostos passa a diminuir, e que mesmo se eu não tivesse sido “tendenciada” pelo meu pai a ouvir rock and roll, eu tenho absoluta certeza de que teria achado esse caminho por conta própria. Foi tudo mais fácil, thank God! Minhas primeiras lembranças beatlemaníacas são, provavelmente, do tempo do jardim de infância. Enquanto as outras crianças escutavam Xuxa e liam gibis da Mônica, eu ficava dançando ao som de “She loves you” e “Help”. Enquanto as crianças assistiam a “Super Xuxa contra o Baixo Astral” eu obrigava meu pai a fazer uma cópia pirata do desenho Yellow Submarine. Eu lembro como se fosse ontem, nosso vídeo tinha um problema com o som e meu pai, tão paciente e pai como deveria ser, tentou gravar umas 20 vezes o filme até, finalmente, dar certo. Eu, sempre insistente e impaciente, não sosseguei enquanto não assisti à tal fita (agora minha) mais umas 15 vezes. E é muito engraçado pensar agora, 20 anos depois, que Yellow Submarine eh um desenho pra lá de licérgico e muito além do meu entendimento naquela época. Mas nada disso diminuiu meu gosto pelos fab four. Claro, eu fui uma criança normal, também assistia à Xuxa e lia Walt Disney, mas eles não chegaram a ter tamanha importância na minha vida.
Ouvir Beatles e gostar de Beatles é parte intrínseca da minha existência. Eu não consigo imaginar minha vida sem música, quem diria sem Beatles. Eu respeito toda forma de arte e gostos alheios, mas considero um sacrilégio não gostar de Beatles. Eu levo pro lado pessoal e me ofendo, sim! (tá, essa parte é brincadeira, mas que dá uma dor no coração, ah dá sim). Eu passei pela fase Madonna, Skid Row e até aquela que todo adolescente tem de passar, a da Legião Urbana. Renato Russo e todo seu talento que me perdoem, mas não é pra mim não. Muito chorei e tentei entender meus amores e dilemas adolescentes ao som das letras do Renato e sou muito grata a ele pelos anos de sofrimento e entendimento proporcionados. Os “The Beatles”, no entanto, me acompanharam e acompanham sempre. Aonde quer que eu vá. Seja no meu computador, no meu Ipod, na minha mente ou no meu coração, não tem momento da minha vida em que não possa ser aplicada uma musica dos meus queridos. Seja da fase “Love me do”, ah mais madura do “In my life” até a fase ácida – e minha favorita – de Strawberry Fields Forever e Don’t let me down, não tem música que eu não me identifique e não cante de cor e salteado.
Se a vida tivesse trilha sonora, a minha seria a discografia dos 4 rapazes de Liverpool. Sem sombra de dúvidas. Na minha formatura, em 2005, eles estavam lá presentes, onde eu peguei meu tão suado “canudo” ao som de In my life. Antes de ir pra Irlanda, me foi dedicada minha música tema “Blackbird”. Não faltaram lágrimas. “Let it be” sempre me conforta quando tenho problemas. Com “With a little help from my friends” eu muito superei obstáculos. “Hey Jude” já tirou muito peso dos meus ombros. “Don’t let me down” já muito me emocionou. “Something”, a minha favorita de todas (cometendo o sacrilégio de escolher uma só) ainda será dedicada a mim na voz de um grande amor. Tantas festas de rock e shows cover deles que eu fui. Across the Universe, filme maravilhoso que me leva as lágrimas hoje e sempre, apareceu na minha vida enquanto estava em Dublin e num momento bem crítico da vida.
ps: descobri que não sei editar textos direito, sim, parafraseando os Bituls, "I'm a loser". ;)
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