sexta-feira, 30 de outubro de 2009

Quando pouco eh muito


Que eu sou insatisfeita por natureza eu nunca escondi de ninguem. Que eu reclamo demais do mundo ao meu redor também não eh nenhuma novidade pra quem tem o imensurável “prazer” de conviver comigo. (As aspas, por motivos óbvios. O problema em ser irônico eh q as vezes as pessoas podem confundir certos comentários que eu faço com falta de humildade, mas explicação se dah pra porteiro de boate, jah diria meu pai) Que eu tou sempre desesperadamente em busca de novos sonhos e motivações também jah eh lugar-comum no meu mundo nem tão cor-de-rosa.



Hoje minha mãe disse que eu pareço a Luciana da novela global “Viver a vida” (se fosse na aparência também, talvez eu teria chances com o Sergio Marone). Justamente na novela da “Helena” eu tenho que parecer com a tal da “Luciana”. Fair enough. E na hora eu não entendi o comentário. “Parecida como?”, porque tudo que eh jogado ao vento merece ser esclarecido. Pelo menos pros envolvidos. No fundo, well, eu sabia o porque de tudo isso. Mas quis ouvir mesmo assim. E ouvir de mãe eh sempre melhor, afinal foi ela quem me colocou no mundo. Ela que sempre vai me amar e aceitar, mesmo agindo feito uma “mala sem alca”. E antes ouvir dela do que de alguém que mal me conhece. “Ai, Helena, tu tah sempre buscando algo novo. Não aproveita as coisas direito. Consegue algo, já quer outra coisa. Tu não sossega! Sempre foi assim”.



Pois bem, Dona Ana, pensei eu com meus botões. Tens toda a razão. Eu sei que o meu maior defeito eh ser insatisfeita. E que eu tou sempre procurando sarna pra me cocar. Mas, Dona Ana, mesmo assim, eu acho que eh assim que tem que ser. Quem sabe, algum dia, eu me aquieto. Encontro a tal da paz de espírito. E deixo de pipocar por ai.



Quem dera eu amasse São Leopoldo e quisesse ficar lah pra sempre. Se eu pudesse, juro que eu trocava toda minha ânsia pelo novo pelo prazer e a segurança da calmaria e do familiar. Mas não da. Não tem jeito. Desculpa, mãe!



Ignorance is a blessing. True. Quanto mais a gente sabe do mundo, mais a gente exige dele. E todo mundo sabe que o que eu tou falando não eh nenhuma bobagem não. Eu conheço gente que adora o conforto. Que não troca a rotina previsível (e eh feliz, por que não?) por nada no mundo. Que bom pra eles. Do fundo do meu coração.



Eu, infelizmente, preciso de movimento. E olha que, apesar de tudo isso, eu ainda acho que eu sou uma baita duma preguiçosa. E eh esse fato que empaca a minha vida muitas vezes. But I’m working on it. Promise.



Eu queria poder dormir ah noite tendo a certeza de que estou no caminho certo. De que as minhas escolhas ate então foram as certas. Que tudo de ruim que me aconteceu vai ter uma explicação algum dia. E compensação também. There will be an answer, let it be. God save Paul!



Se eu pudesse tambem, eu abracava o mundo. Resolveria todos problemas dos meus amigos. Da minha família. Tentaria transformar as coisas ao meu redor. Muito da minha escolha profissional vem disso, do meu lado Madre Teresa que pouquíssimos conhecem. E quem não conhece, não acredita. Porque eu falo alto e falo muito palavrão. Isso mesmo. Não dah pra ser freira e Derci, não eh mesmo?



Minha mãe, como toda progenitora, tem razão. Talvez eu não me permita mesmo colher os frutos do que eu planto. Não relaxo. Tou mais preocupada em plantar muitas novas sementes. Que podem vir a brotar, ou não. Que pode vir uma tempestade do nada e levar tudo abaixo. Mas que também pode resultar numa bela duma colheita. E que pode render suculentos e coloridos frutos. A vida eh curta. Fato. A juventude também. E se eu não fizer tudo o que eu sinto que tenho que fazer, eu sei que vou olhar pra trás e me dar conta de que nem sempre o pouco eh muito. Pra mim nunca foi, pelo menos. E durma-se com um barulho desses.

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